O entusiasmo em relação à realidade virtual (VR) é grande e geral. Antes restrita a aplicativos comerciais e jogos para uso doméstico, ela agora é parte de tarefas diárias e está disponível em dispositivos que muitos carregam no bolso. Em uma entrevista com Oliver Buerkler, gerente de produtos de construção da FARO, analisamos os motivos dessa mudança e as oportunidades que ela traz para o usuário. Na declaração inicial, Buerkler considera que “enviamos nossos filhos à lua para aprender, mas o método de construção não é muito diferente do método dos egípcios”. É uma dicotomia que ele sinceramente espera que mude.
Por que Realidade Virtual?
Na modelagem de informações para construção (BIM) do setor de área construída, a realidade virtual pode ser vista como a oportunidade mais fácil por usar modelos de criação de BIM nos projetos, já que (convenientemente para alguns) não exige “entrega de dados” de um processo de BIM real. Como ferramenta de comunicação, no entanto, a realidade virtual é uma técnica muito mais interessante para retratar um ambiente do que um conjunto de visualizações em 2D.
Muitos profissionais fora do setor, e alguns dentro, têm dificuldade para ler e interpretar desenhos em 2D. Com isso, várias construções são aprovadas sem necessariamente terem sido plenamente compreendidas. A VR elimina essa barreira, permitindo uma comunicação muito mais natural e menos abstrata com clientes e outras partes interessadas. Além disso, ela consegue mostrar benefícios financeiros e que também podem salvar vidas.
Quando questionado sobre o que possibilitou essa evolução, Buerkler afirma que “os avanços em visualizadores comerciais e domésticos de VR demonstram que agora há público para esse tipo de produto. Fornecer o conteúdo a ser visualizado era a evolução esperada”. Tanto que o espírito por trás do desenvolvimento foi a criação de “uma VR sem esforço extra do usuário final”. Não só isso, mas, em uma abordagem líder no setor, o software importa dados de digitalização registrados usando qualquer outro hardware e visualizados com um dispositivo de realidade virtual.
Em termos comerciais, Buerkler busca aumentar o uso de dados de digitalização disponibilizando-os para o cliente/domínio público, além de aumentar o uso no projeto, na construção e na operação de um ativo de área construída.
A Solução da FARO
O software FARO Scene 7.1 é a principal solução da FARO para oferecer mundos virtuais. Com o software de documentação para hardware de digitalização terrestre e portátil da empresa, está claro que a “documentação” evoluiu e agora atende às crescentes demandas da atual geração do setor. A nova funcionalidade de realidade virtual permite visualizar em detalhes as nuvens de pontos de projetos. Após voltar para o escritório, os usuários podem escolher entre os dispositivos Oculus Rift e HTC Vive para observar e explorar as condições do local digitalizado em um ambiente imersivo. E é fácil! A VR é um recurso essencial do Scene; a visualização é aberta e o dispositivo de realidade virtual é orientado após clicar no ícone “VR View”.
Divulgar os dados de topografia no início de um projeto disponibiliza as informações às partes interessadas de forma mais rápida. Talvez a questão não seja apenas o equipamento necessário, mas também a compreensão da descrição que permite a tomada de decisões baseadas em informações detalhadas sobre o local topografado.
Além disso, Buerkler afirma que, para alguém que não consegue visualizar em 3D, ou seja, perceber a profundidade, o ambiente do dispositivo de realidade virtual parece natural e é muito mais que uma visualização plana em uma tela. Para ele, é “revolucionário”.
Essa solução é um novo recurso de visualização do software que muitos usuários de topografia da FARO usam atualmente. Isso significa que não há custo para o usuário final que já tem dispositivos de realidade virtual.
A História do Usuário
Ao visualizar os dados de digitalização em um ambiente imersivo, os usuários podem “percorrer” livremente o local topografado. Em vez do “modelo” ser criado por um profissional, visualizamos os mesmos dados precisos que orientam quaisquer produtos finais em 2D. Neste cenário, no entanto, o usuário pode verificar a topografia como quiser e com total segurança, além de evitar as condições climáticas por estar no conforto do escritório.
A capacidade de visualizar um ambiente de forma natural, observando os cantos e com visão de cima abaixo, é uma maneira muito mais natural de analisar os detalhes (complexos ou não) de qualquer espaço.
As ferramentas de medição/apalpação disponíveis atualmente para visualização de dados são úteis e serão desenvolvidas à medida que os recursos forem aperfeiçoados. Uma possibilidade seria comparar modelos as-built com conjuntos gerados com base em dados de BIM nos quais qualquer elemento desenvolvido além de uma determinada tolerância fosse destacado. É uma perspectiva animadora!
Durante a construção e a operação, essas ferramentas podem oferecer padrões mais altos de saúde e segurança em vários cenários. A fase de construção pode ser melhor compreendida com dados de topografia atualizados frequentemente. Com eles, os trabalhadores do local podem entender a condição atual da construção e observar o local antes de realizar qualquer trabalho. Trabalhos tecnicamente difíceis podem ser realizados em um ambiente totalmente virtual, para que o trabalhador se familiarize com o local antes de realizar a tarefa no mundo físico.
Especialmente em gerenciamento de instalações e operações, os trabalhadores que visitam uma instalação para reparos de rotina ou de emergência podem realizar a tarefa após “ver” o ambiente onde o trabalho será feito, verificar as dificuldades de acesso específicas (se houver) e se preparar para execução da tarefa de forma rápida e eficiente.
Os Próximos Passos?
Buerkler afirma que “o passo óbvio é permitir a visualização de novos projetos ou alterações usando a mesma ferramenta. Além de uma visão mais completa e precisa de como estruturas ou componentes novos e existentes interagem uns com os outros, isso também permite alterações no projeto antes que ocorram problemas, como correções onerosas no local”.
Além disso, existem várias possibilidades, mas é seguro afirmar que a FARO está atenta ao desenvolvimento de tecnologias de curto e longo prazos para ver como podem ser usadas em suas futuras soluções para clientes.
Originalmente publicado na edição de fevereiro de 2017 do BIM Today